Tensões entre Rússia e EUA aumentam com retirada de tratado de armas nucleares

Tensões entre Rússia e EUA aumentam com retirada de tratado de armas nucleares

Rússia e EUA possuem 90% de todas as ogivas nucleares do mundo

Na quarta-feira, 25 de outubro, o Senado da Rússia aprovou uma lei que abandona a ratificação do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT), em um momento de crescente tensão entre o país e os Estados Unidos. A medida foi aprovada por unanimidade no Senado, após uma votação semelhante na Duma (câmara baixa). Agora, o projeto segue para a sanção do presidente Vladimir Putin.

A Rússia justifica sua retirada do CTBT com a condição de que os Estados Unidos também o façam. Isso ocorre em meio à escalada das tensões entre os dois países devido à guerra na Ucrânia, na qual os EUA apoiam Kiev com armas e ajuda financeira.

O CTBT, assinado em 1996, é um dos últimos acordos internacionais de controle de armas que a Rússia considerava vinculativo. A Rússia alega que deseja “espelhar” a posição dos Estados Unidos, que assinaram o tratado, mas nunca o ratificaram. Atualmente, Rússia e EUA detêm 90% das ogivas nucleares do mundo.

Especialistas em controle de armas alertam que um teste nuclear por qualquer um desses países poderia desencadear uma nova corrida armamentista e incentivar outros países a realizarem testes nucleares, em um momento de grande tensão global, com conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio.

A retirada da Rússia do CTBT envia um sinal político preocupante, e embora não haja declarações claras de que a Rússia planeja realizar testes nucleares no futuro próximo, especialistas reconhecem que isso exigiria uma decisão política.

A saída planejada da Rússia do CTBT é vista como um novo passo na escalada das tensões entre Rússia e EUA. O Kremlin espera que os EUA percebam essa ameaça como real e estejam dispostos a reduzir a pressão sobre a Rússia no contexto da guerra na Ucrânia. No entanto, especialistas enfatizam que a realização de testes nucleares não teria sentido militar, pois seu único propósito seria causar mortes em massa.

Míssil intercontinental durante desfile em Moscou.

Com informações da DW Brasil

Da Redação