Famílias do MST ocupam Superintendência no DF para retomar negociações com governo federal

Brasil de Fato

Mais de 500 famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) do Distrito Federal e Entorno estão ocupando a Superintendência Regional 28 (SR28), com objetivo de retomar as pautas de negociações para o desenvolvimento de assentamentos e a obtenção de novas terras. A ação, iniciada nesta segunda-feira (9), marca o começo da Jornada Estadual de Luta pela Terra e pela Reforma Agrária Popular.

Segundo o movimento, é necessário que o governo federal coloque a reforma agrária no centro da recomposição orçamentária para avanço na desapropriação das terras e para o assentamento das mais de 2 mil famílias acampadas no Distrito Federal e Entorno. 

As famílias mobilizadas cobram pautas referentes ao conjunto de políticas de desenvolvimento e infraestrutura que há anos estão paradas. Entre elas estão a retomada objetiva do programa Terra Sol, com investimentos produtivos nos assentamentos, renegociação das dívidas dos assentados, retomada da política de habitação, focando na construção e na reforma das casas.

A Jornada Estadual de Luta pela Terra da Reforma Agrária Popular também cobra melhores condições de vida e de trabalho para os assentados da região do Distrito Federal e Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno (RIDE).

O movimento busca garantir o acesso à terra e o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais por meio de negociações com órgãos governamentais e pressão por políticas públicas.

O MST também demanda a construção de escolas técnicas nos assentamentos e perfuração de poços artesianos para irrigação, atendendo às necessidades das famílias de diversos municípios.

Quanto à obtenção de terras, o movimento busca a vistoria da Fazenda Jussara, em Buritis, conforme o decreto 433, além de pressionar pela notificação de outras áreas, como a Fazenda Santa Clara, em Unaí, para novos assentamentos.

Demandas das regionais

A atividade envolve a participação de famílias das três regionais – Nordeste Goiano, Noroeste Mineiro e Distrito Federal – e reivindica melhorias na infraestrutura dos assentamentos, renegociação de dívidas, regularização fundiária e acesso a políticas públicas, visando condições dignas para as famílias do campo.


Atividade conta com a participação de famílias das três regionais / Foto: Reprodução/MST DF e Entorno

No Nordeste Goiano, a demanda principal é a instalação de infraestrutura por meio de políticas de habitação, para resolver o déficit de moradias rurais e reformar as existentes. A liberação de créditos iniciais e de instalação para os assentamentos também é uma prioridade.

As famílias solicitam melhorias na distribuição de água nos assentamentos Egídio Brunetto (Flores), Filhos da Terra (Água Fria de Goiás) e Vale da Esperança (Formosa), além de regularização fundiária e retomada de projetos de assistência técnica em parceria com movimentos sociais.

A regional também exige a vistoria de várias fazendas para garantir terras às famílias acampadas, com destaque para as Fazendas M2, em Alvorada do Norte, e Fazenda São Paulo, em Água Fria de Goiás. O MST busca ainda a retomada de parcelas no Projeto de Assentamento Terra Conquistada, onde cláusulas resolutivas pendentes têm causado transtornos à comunidade.

No Noroeste de Minas Gerais, o foco é o desenvolvimento sustentável, com a liberação de créditos para instalação e construção de agroindústrias através do programa Terra Sol. A infraestrutura básica, como estradas e pontes que conectam assentamentos aos municípios, é outra prioridade, visando fomentar a produção agroecológica de alimentos.

No Distrito Federal, as famílias reivindicam acesso a serviços essenciais, como saúde e educação, nos assentamentos e acampamentos. Para isso, são solicitadas parcerias com as secretarias de saúde e educação para a construção de novos postos de saúde e escolas técnicas.

Há também um apelo pela regularização fundiária de áreas obtidas há décadas, mas que ainda enfrentam limitações devido à falta de escrituras em cartórios, como no PA Gabriela Monteiro, onde funciona o Centro de Educação Popular e Agroecologia Gabriela Monteiro.

Em relação à obtenção de terras no Distrito Federal, o MST busca avanços para os acampamentos Noelton Angélico e 8 de Março, além de resolver pendências no assentamento Marcio Matos, em Planaltina. A vistoria da Fazenda Baronesa, próximo a Brazlândia, também está entre as demandas regionais.

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Da Redação