Participação do Brasil em ‘nova rota da seda’ pode contribuir para integração regional

Brasil de Fato

A sinalização que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu sobre uma possível adesão do Brasil à “nova rota da seda”, como é conhecido popularmente o megaprojeto de infraestrutura chinês Inicitativa Cinturão e Rota pode contribuir para a integração regional da América do Sul. A avaliação é de Evandro Carvalho, professor de Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador da Universidade de Pequim.  

“Essa parceria bilateral pode ter alcances positivos pelo menos no contexto regional da América do Sul, no fortalecimento tanto da infraestrutura pesada: portos, aeroportos, estradas e ferrovias, como também aquela mais leve, no campo das telecomunicações, da internet”, disse em entrevista ao Central do Brasil nesta quinta-feira (15).

“Os chineses querem discutir conosco a Rota da Seda, nós vamos discutir a Rota da Seda”, reafirmou o presidente Lula nesta quarta-feira (14), em discurso realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Multipolaridade

Os laços Brasil-China são cada vez mais importantes para a construção da ordem multipolar, bem como uma governança global mais justa e eficaz, disse nesta quinta-feira (15), o presidente Lula em mensagem enviada a seu par Xi Jinping, por ocasião do cinquentenário do estabelecimento de relações diplomáticas entre ambos países nesta quinta.
 
Lula também afirmou que desde o início do estabelecimento das relações em 1974, a cooperação se tornou cada vez mais diversificada. “Ao promover o desenvolvimento e a revitalização de suas respectivas nações, a China e o Brasil também desempenham papéis significativos na contribuição para a paz, estabilidade e prosperidade mundiais”, disse por sua vez Xi Jinping em mensagem enviada ao mandatário brasileiro.

Carvalho aponta que as relações entre Brasil e a China ultrapassam a dimensão comercial e alcança dimensões maiores nas relações internacionais e cita como exemplo o papel de ambos na fundação dos Brics, no Novo Banco de Desenvolvimento e dentro do G20. 

“Os dois países têm uma plena sintonia no campo diplomático na defesa do fortalecimento das organizações internacionais, bastante combalidas nesse século 21, sobretudo porque deixaram de ser organizações internacionais com capacidade de exercer com eficácia os seus objetivos, são atacadas inclusive por países como o próprio os Estados Unidos. Brasil e China são atores que têm uma parceria muito importante não só para a economia de cada um deles mas também para a própria ordem internacional.”

Da Redação