Maduro agradece Lula por comunicado conjunto com Colômbia e México: ‘Muito bom’
Brasil de Fato
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, elogiou nesta sexta-feira (02) a iniciativa conjunta de Brasil, México e Colômbia para solucionar a crise que envolveu o país após a divulgação dos resultados eleitorais do domingo (28). Durante coletiva de imprensa na sede do governo, no Palácio Miraflores, em Caracas, o presidente reeleito, em resposta a questionamento da reportagem do Brasil de Fato, disse que o comunicado dos três países foi “muito bom”.
“Os presidentes Lula, Petro e López Obrador estão trabalhando juntos para que se respeitem a Venezuela, para que os Estados Unidos não façam o que estão fazendo”, respondeu.
“Divulgaram ontem um comunicado muito bom, muito bom. Agradeço a Petro, López Obrador e Lula, em nome da Venezuela”, completou Maduro.
O presidente venezuelano disse que a declaração do secretário de Estado dos EUA, na noite de quinta-feira, reconhecendo a vitória de seu opositor – Edmundo González – teria sido fruto de “desespero”.
“Duas horas depois que eles se pronunciaram, veio a declaração de Blinken. O que ele fez foi responder a iniciativa soberana destes três países para evitar danos à Venezuela. Por isso que ele se desesperou e, num gesto incomum da diplomacia estadunidense, diz que já tem o resultado”, disse Maduro.
“Passo em falso de Blinken”, disse Maduro sobre o comunicado do secretário de Estado dos EUA que afirmou, sem apresentar provas, que o vencedor das eleições da Venezuela foi Edmundo González Urrutia.
Ele voltou a dizer que os EUA estariam por trás dos ataques cibernéticos contra o sistema eleitoral venezuelano, como parte de uma conspiração para tirá-lo do poder. Maduro disse ainda ter falado por telefone com Lula “há 15 dias” e estar em comunicação direta tanto com o assessor especial da Presidência, Celso Amorim, como com o chanceler, Mauro Vieira.
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Plano de atentado na Venezuela
Antes, o presidente havia afirmado que o governo tomou conhecimento do plano de um suposto atentado em Caracas em um ataque com granadas, previsto para o sábado (3), e apresentou dois áudios de conversas de pessoas que estariam planejando o ataque.
“Alerto toda a Venezuela sobre possíveis ataques amanhã, pelos comandados por [Maria Corina] Machado e com o conhecimento de [Edmundo] González Urrutía. Espero que dissipemos mais essa emboscada.”
O presidente ainda afirmou que o caminho adotado por seu governo é o “caminho eleitoral”, apesar de “os Estados Unidos tentar nos levar para o caminho de uma revolução popular”. “Nosso caminho é o caminho constitucional, eleitoral, pacífico, dialogante”, disse Maduro, que afirmou que o país está sendo alvo de um “golpe de Estado, dirigido pelos Estados Unidos e pela internacional fascista de Elon Musk e Milei”.
Judicialização da disputa
O presidente venezuelano apontou que apesar de o Tribunal Supremo de Justiça do país ter convocado os dez candidatos que participaram das eleições, apenas nove compareceram. “O sr. Gonzalez Urrutía não compareceu ao chamado do tribunal.”
A seção da mais alta corte do Judiciário venezuelano era oportunidade para a apresentação de provas, na abertura das investigações sobre o resultado do pleito. A investigação foi provocada por um recurso apresentado por Nicolás Maduro, candidato declarado reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral. “Foram múltiplos chamados e gritos de fraude desse setor da extrema direita radical e violenta da Venezuela”, disse Maduro
O sistema eleitoral do país ainda não divulgou o resultado segmentado das mesas eleitorais da Venezuela por um suposto ataque cibernético contra o sistema do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Maduro também disse que esse “ataque hacker” precisa ser investigado.
O CNE tem um período de 30 dias para publicar o resultado completo das eleições no Diário Oficial. As atas, no entanto, não são publicadas.