Brasil registra 338 casos de violência política durante campanha eleitoral de 2024 e supera pleito presidencial entre Lula e Bolsonaro
Brasil de Fato
Ao menos 338 casos de violência política foram registrados no Brasil, contra lideranças políticas ou familiares, durante a campanha eleitoral de 2024. O dado foi apresentado em levantamento do Grupo de Investigação Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Giel/Unirio), analisando o período de julho a setembro deste ano.
A violência física foi a modalidade mais comum no período de análise, com 179 episódios. Em casos mais extremos, foram registradas 55 tentativas de homicídio e 33 assassinatos, em 20 estados, segundo os dados da Unirio.
Nessa modalidade se inclui o que ocorreu nesta sexta-feira (18), com o prefeito de Taboão da Serra (SP), José Aprígio da Silva (Podemos).
Silva, que é candidato a reeleição e disputa o segundo turno com o candidato do União Brasil, Engenheiro Daniel, foi vítima de um ataque a tiros quando estava dentro de um carro. O estado dele é estável, mas ele segue internado.
A Polícia Civil de São Paulo investiga o que motivou o ataque. Neste sábado (19), ela diz ter localizado dois veículos usados no atentado. Um deles foi encontrado incendiado na cidade de Osasco. O outro veículo, um Fiat Siena, que foi usado na fuga dos criminosos, estava em uma residência também em Osasco.
Casos de violência superam eleições anteriores
Estado mais populoso, São Paulo lidera o ranking com 58 episódios de violência entre julho e setembro deste ano, seguido pelo Rio de Janeiro, com 47 casos.
A pesquisa mostra que 267 vítimas eram lideranças políticas locais que concorriam no pleito municipal. Destaca ainda que 25 partidos foram atingidos. O União Brasil lidera com 41 episódios, seguido pelo PT e pelo MDB, com 39 e 37 casos, respectivamente.
O levantamento da Unirio, registrado no 19° Boletim do Observatório da Violência Política e Eleitoral, considera episódios de violência cometidos contra políticos com e sem mandato, o que inclui vereadores, prefeitos, governadores, secretários, candidatos e ex-ocupantes de cargos públicos. Não são contabilizados episódios de violência contra eleitores.
Ao todo, desde 2019, o grupo já sistematizou 2.673 episódios em todo o país. Segundo os pesquisadores, a violência política durante a campanha eleitoral deste ano superou os números das eleições presidenciais de 2022, quando foram registrados 263 episódios. No pleito municipal de 2020, foram 235 casos.